Cartas à mãe

Hoje é dia da mãe e a todas as mães prestamos o nosso tributo. Este blog decidiu publicar hoje quatro cartas assinadas por quatro personalidades bem conhecidas de Portugal às respectivas mães, escritas quando ainda eram crianças. Por isso, preparem-se para quatro documentos absolutamente históricos e raríssimos. O tema proposto pela professora para a redacção era: como está a correr este ano lectivo na minha escola?

«Este ano está a correr muito bem. Fiz sempre os melhores trabalhos e a professora decidiu escolher-me como o aluno mais inteligente da turma. Mas há colegas que ficam com muitos ciúmes. O Luís Filipe está sempre a gritar que eu copio nos testes e que faço batota e a Maria José está sempre escondida num canto a a escutar as minhas conversas. Até a Carolina deixou de ser a minha namorada e passa as aulas aos segredinhos com o Luís Filipe e a Maria José a falar mal de mim. E estão sempre a fazer queixinhas à professora. Estou a ficar farto, mãe. Mas eu sei que sou o melhor aluno.
Beijinhos
Jorge Nuno»

Querida mãe
«Este ano não está a correr como pensava. E não percebo porquê. Antes das aulas começarem tinha as melhores ideias e estava convencido que iria conseguir as melhores notas. O Jorge Nuno é que tem as melhores notas, mas ele faz batota. Sei que ele ofereceu à professora uma galinha no Natal e amêndoas na Páscoa. E está sempre a oferecer cestinhos de fruta. Assim não vale, por isso é que ele tem as melhores notas. Para o ano, prometo, vou ser o melhor aluno da turma. Até já arranjei um explicador muito bom, o Rui. Para o ano vou ser o aluno maravilha que a mãe quer que eu seja.
Gosto muito de ti
Luís Filipe»

Querida mãe
«A professora deu-nos cinco euros a cada um para ver como gastávamos o dinheiro. O Jorge Nuno e o Luís Filipe foram logo gastá-lo em berlindes novos, são uns gastadores. Eu comprei berlindes velhos a colegas de outra turma e guardei o resto no porquinho mealheiro. O José queria que eu lhe desse dois euros para as despesas da turma, mas lá por ele ser chefe não tem o direito de fazer o que quer... As notas é que não têm sido muito boas. As dos testes, claro, mas as outras é que são importantes, não são mãe? Só fico triste quando os meus colegas me chamam betinho e unhas de fome.
Seu estimado filho
Filipe

PS - A minha mochila está a ficar um pouco gasta. Vou tentar vendê-la a um colega meu. Quanto devo pedir?»

Querida mãe:
«Este ano fui eleito o chefe da turma. Eu já estava à espera, porque eu sei que sou o mais bonito, inteligente e o melhor chefe que a turma poderia ter. Mas há uns meninos muito feios que são mesmo maus e passam o dia a dizer que eu não presto. Que é que eu faço, mãe? Acho que o melhor é não ligar e continuar a ser o melhor chefe do mundo. Sou mesmo lindo, não sou?
Teu filho prodígio
José»