terça-feira, 30 de novembro de 2010

Vamos ver o acidente?

Depois de muito pensar - desta vez devo ter chegado aos 10 segundos - descobri porque razão os portugueses ainda não correram com o Sócrates: é que nós adoramos um bom acidente...

Se vamos na estrada e há um acidente, pára tudo. Nem sempre porque a estrada está obstruída mas porque adoramos passar pelo local lenntaaamennnteeee. E dar palpites nem se fala. Todos somos engenheiros de chapa amolgada e basta olhar para a cara das pessoas para sabermos quem é o culpado. Então se formos homens é certinho: entre uma mulher boazona que está embriagada e bateu por trás a 150 quilómetros por hora dentro da cidade e um gajo de barba por fazer e cabelo comprido e pintado que estava parado no semáforo, está bom de ver que a culpa é do... gajo.

Com Portugal está a passar-se algo de parecido. Vamos a 150 quilómetros por hora e está-se mesmo a ver que vamos bater com violência. O Governo diz que quer reduzir para 120 e depois para 90, como se o carro não continuasse a ir contra o muro. Depois, comentamos todos e o Sócrates - que de mulher boazona nada tem - vai ser culpado de certeza.

Quando eu vejo uma manifestação de milhares de pessoas a descer a Avenida da Liberdade, em Lisboa, eu não vejo uma jornada de protesto, antes a malta em romaria para ver o acidente. E que acidente...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Há dias em que não sou Smart

Estava mesmo cansado e já passava da meia noite. Saí do jornal e dirigi-me ao meu automóvel para ir para casa.

Só me faltava mais esta: o meu Smart com uma motorizada cinco centímetos à frente e uma motorizada... cinco centímetros atrás... Como sair? Mesmo com todo o cuidado e 100 voltas ao volante, duvido que conseguisse sair sem mandar uma das motos ao chão...

Olho com atenção e parece-me que a moto de trás é mais fácil de remover. Ainda vou dar barraca, deixar cair a motorizada no chão, mas tenho de me decidir pelo risco menor.

Começo a pegar na motorizada e oiço um rapaz a gritar comigo. Está bom de ver que era o dono, que estava ali perto, num bar com amigos, e pensava que estava a querer levar-lhe a motorizada.

Lá me expliquei e o rapaz acalmou-se. Disse até que ia esperar que eu saísse para arrumar melhor a motorizada dele.

Carreguei no comando e... nada. Queres ver que está sem pilhas? Mas não há meio de chegar a casa?

Meti a chave na fechadura e... nada. Bolas, protestei, está tudo contra mim?

Só à terceira tentativa me lembrei que era capaz de ser inteligente verificar a matrícula do carro. Pois, não era o meu...

PS - Acho que o rapaz da motorizada ainda está a tentar perceber o que se passou...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Plano financeiro de Deus

Salvé irmãos, aleluia. A paz esteja convosco e a graça de Deus vos dê a benção, que de graça já pouco tempos, qualquer dia nem o ar que respiramos. Salvé etc e tal que estou a abusar da sorte e se ainda está a ler estas palavras, depois de tão inusitada entrada, estou com muita sorte.

Entrei assim porque recebi uma proposta tentadora: participar numa acção de formação que vai resolver os problemas do desemprego das pessoas e, como tal, os financeiros. E é de graça. Quem promove é a Igreja Maná e chama-se o Plano Financeiro de Deus.

Curiosamente, a Igreja Universal do Reino de Deus também tem esse plano. Será um caso de plágio? Não, isso tem um termo técnico: franchising...

Na minha opinião, este é o verdadeiro plano da pólvora. O curso e a ajuda são grátis mas depois, quando a pessoa tiver o seu emprego, para continuar na igreja, tem de pagar o dízimo...

Começo a pensar que os chamados 'mercados', que ninguém sabe quem são, são anjinhos, porque emprestam dinheiro a Portugal a sete por cento e por dez anos. Este plano de Deus garante 10 por cento sem ter de emprestar nada e para toda a vida...

Se eu fosse o ministro das Finanças estava bem caladinho e agradecia aos 'mercados'. Olhem se Portugal tivesse de pedir à Igreja Universal ou à Maná...

Por último, os pastores chefe destas igrejas são geniais: o plano financeiro é de Deus, mas as igrejas é que ficam com os dez por cento...

domingo, 7 de novembro de 2010

Vila Moleza não respeita a higiene

Quem tem filhos sabe do que falo quando digo que o meu rapaz adora ver a Vila Moleza. Eu próprio tenho de ver, mas até acho engraçado. Só que, depois da apurada reflexão que me é característica, achei que a série tem duas coisas muito boas e duas muito más, pelo que tenho de ter cuidado.

As coisas boas:
1 - Ensina-se as crianças que comer fruta dá muita energia e muita força.
2 - O bem triunfa sempre sobre o mal, ou seja, as patifarias do Robi Reles.

As coisas más:
1 - O Sportacus não só nunca muda de roupa como acorda sempre com a roupa vestida e os sapatos calçados, o que não transmite bons ensinamentos sobre as mais básicas regras de higiene.
2 - O meu filho começa a acreditar que para ir da sala à casa de banho tem de fazer dois mortais à retaguarda, cinco piruetas, 23 flexões e 44 abdominais...