quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Sindicato dos Apanhadores de Porrada

Hoje deu-me para pensar que existe uma profissão que não está a ser devidamente valorizada. A dos ‘apanhadores de porrada’.

O leitor mais ingénuo dirá: Jorge, mas isso já existe, chama-se duplo. O mais sarcástico lembrará que não se chama nada duplo, chama-se... ‘contribuinte’.

Não, respondo, é aquela profissão das pessoas – que existem mesmo - que andam sempre atrás de uma boa manifestação e só aparecem quando começa a cena de pancadaria com a polícia. Depois, colocam-se estrategicamente e quando aparece sangue no rosto o que é que fazem? Não, não procuram um médico. Antes disso, procuram uma câmara de televisão para desabafarem desgraças. Serão uma minoria no meio de uma manifestação, mas existem.

A parte que eu mais gosto é aquela em que se queixam da violência policial. Ainda hoje, ao ver na televisão imagens de Atenas, chego à conclusão que têm toda a razão: onde é que pára o bom senso da polícia que reage à bastonada ao lançamento de pedregulhos e de cocktails de molotov? Aliás, alguns dos que vi na televisão devem andar a perder a verdadeira vocação: lançadores de peso. Sempre ganhavam outro tipo de ‘medalhas’...

Dirá agora o leitor: Jorge, estás um pouco reaccionário hoje, não?

Não, pelo contrário. Num ímpeto esquerdista e revolucionário, até defendo a criação de um sindicato dos apanhadores de porrada. E não seria mal pensado a criação de um Contrato Colectivo dos Apanhadores de Porrada, em que se estabeleceriam regras para minimizar os estragos. Os maus da polícia, que de vez em quando também vão para o hospital, também gostariam.

As regras seriam do género:

1 – Os manifestantes têm de comunicar à polícia o local onde vai haver porrada, tal como o tipo de armas de arremesso a usar.

2 – A polícia deve ser informada do local onde os pedregulhos vão cair e compromete-se a responder apenas até aparecer a primeira gota de sangue.

3 – Os polícias comprometem-se também a garantir o direito de liberdade de expressão, protegendo os manifestantes feridos que pretendem falar às televisões.

4 – A polícia compromete-se a usar bastões almofadados, jactos de água do Luso e gás lacrimogéneo que não faça arder os olhos.

5 – Cada batalha campal não pode durar mais de que uma hora, com intervalo de dez minutos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O bacalhau quer alho?

Na minha vida profissional de jornalista já tive de ir em trabalho a dezenas de países, em muitos casos junto de comunidades portuguesas.

Encontrei de tudo: desde comunidades cristalizadas onde pensei ter recuado a um Portugal dos anos 60, até comunidades completamente integradas, que tentaram assimilar o melhor dos dois mundos.

Por muito que as comunidades sejam diferentes pelo Mundo, há duas coisas que são comuns em relação a um jornalista homem que chega de Portugal: a firme convicção que está desejoso de sexo e comer bacalhau cozido....

Em relação ao primeiro caso, eu até percebo: afinal, o jornalista homem fez uma viagem, pode até estar, consoante a distância, há 12 horas sem sexo, há que retemperar os níveis. Por isso, antes mesmo de conhecer a beleza paisagística de uma cidade, os monumentos, etc, a primeira coisa que me apresentavam em muitos locais eram as casa de alterne, as mais inacreditáveis casas de prostituição, com conceitos que nem conhecia, ou os locais de 'ataque' que não exigissem mais de cinco minutos de 'sedução' antes de ir para a cama, até porque estava cansado da viagem, lembrem-se.

Quanto ao segundo caso, não deixa de ser uma carinhosa prova de patriotismo. Para que quereria eu provar comidas que nunca provei, algumas bem exóticas, em locais onde provavelmente não voltaria mais, se poderia comer um belo de um bacalhau cozido?

O que fazia eu? Como as pessoas sempre foram muito simpáticas comigo, excepcionais mesmo em muitos casos, aceitei acompanha-las nesta missão de serem meus guias . Mas, acreditem em mim, só comia o bacalhau certo....

domingo, 4 de dezembro de 2011

Recompensa, ou talvez não...

A administração do Four Seasons Vilamoura oferece 10 mil euros a quem ajudar a Polícia Judiciária a identificar as três pessoas que assaltaram o hotel, recompensa que será paga após condenação dos assaltantes.

Por ser uma administração de estrangeiros, das duas uma: ou não conhecem o ritmo a que funciona o sistema judicial português ou não fazem muita questão de pagar...