Devido a estes fascinantes olhos azuis (a única coisinha que se aproveita neste corpinho que Deus me deu) e a uma pele cor de leite, perco todas as minhas prerrogativas da nacionalidade portuguesa e torno-me num cidadão do mundo. Melhor, do centro e norte da Europa. E falo do que me acontece em Portugal. Entro no aeroporto de Lisboa e no controlo de bagagem alguém me pergunta: "May I see your bag, please?»; chego ao hotel no Funchal, por exemplo, e dão-me um carinhoso "wellcome, sir». Mal entro no restaurante, pergunta-me «how many people?». Se me cruzo com turistas, já me abordaram em inglês, francês, alemão, e falo apenas das línguas que identifico. Espanhóis não contam, porque esses até no interior da China falariam em espanhol no inacreditável optimismo de que todos os percebem...
Quando estou mesmo bem disposto, respondo numa língua que invento na hora e que acredito soar entre o alemão, o holandês e o finlandês. Se estou mal disposto, respondo em português de forma seca e as pessoas ficam um bocado embaraçadas (palavra que não posso utilizar com espanhóis). Uma das vezes, depois do porteiro do hotel me ter desejado pelo segundo dia consecutivo um "have a nice day", tive de responder de forma a que não voltasse a esquecer-se que eu sou português. «Não está chuva nem orvalho. Está um frio...»
quarta-feira, 30 de abril de 2008
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