quarta-feira, 2 de abril de 2008

Carolina Michaelis



"Não sei se é o mundo que está cada vez pior se são os telejornais que estão cada vez melhores"
Autor que desconheço

Deixei assentar um pouco a poeira sobre os incidentes da escola Carolina Michaelis. Quis ver até onde ia a peixeirada. E tenho algumas considerações a fazer:

1 - Como é possível alguém dizer que o vídeo divulgado no youtube é de uma cena de violência na escola em que uma aluna agride uma professora? Desculpem a franqueza, mas aquilo é uma cena de novela mexicana de quarta categoria. Eu à espera de ver uns estalos, uns murros, uns pontapés, e nada... Só gritos - "dá-me o telemóvel, dá-me o telemóvel" - e o realizador da novela a rir-se que nem um desalmado...

2 - Bom castigo para a aluna não era a transferência de escola. Era obrigá-la a andar sem telemóvel 24 horas por dia... Por exemplo: já imaginaram que sentido faz apanhar-se alguém a drogar-se no Casal Ventoso e, como pena, transferí-lo para a Pedreira dos Húngaros?

3 - Acho ridículo o papel das virgens ofendidas, como se em todas as gerações não houvesse tantas histórias de violência na escola para contar. Até eu que andei em Seminário a estudar para padre poderia aqui gastar-vos o tempo com inúmeros exemplos, o mais significativo dos quais terem três alunos da minha turma corrido com uma professora da sala de aula, alvejando-a com as borrachas que protegiam os pés das cadeiras... Mas na altura não havia youtube e os telemóveis mal cabiam na mala do carro...

4 - Vivemos sob a ditadura da imagem. Se em pleno século XII fosse possível filmar e transmitir uma cena de pancadaria entre uma mãe e um filho, D. Afonso Henriques tinha sido transferido pelo Papa do Condado Portocalense para Aragão e, muito provavelmente, eu estaria agora a escrever este post em castelhano...


PS - Sentido de humor revelaram os rapazes que logo criaram uma canção a ilustrar o vídeo da polémica. Sempre tem mais piada do que os gritos "dá-me o telemóvel, ou melhor, dá-me o telemóbel..."

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