quinta-feira, 17 de abril de 2008

Obrigado senhor Governador

O Governador do Banco de Portugal veio alertar os portugueses: a crise ainda não acabou. O que eu acho notável nesta informação é alguém com tanta formação e com tantas regalias nos venha dizer algo de tão surpreendente, como se toda a gente não o sentisse na pele, sem necessidade de analisar toneladas de relatórios de papel. Por isso, senhor Governador, fique descansado que todos os portugueses sabem que a crise ainda não passou. Todos nós lhe ficaríamos eternamente gratos é se nos dissesse que tem a fórmula para a crise passar depressa...
Dizer que a crise ainda não passou é tão surpreendente para nós quanto ouvirmos Lili Caneças dizer que «estar morto é o contrário de estar vivo»; que o secretário geral das Nações Unidas dizer que há muitas guerras no mundo; ou que os médicos dizerem que fumar faz mal.
Novidade, novidade, era alguém garantir que estar morto é o mesmo que estar vivo; que no Iraque andam todos aos beijinhos e que o tabaco até prolonga a esperança de vida. Ninguém acreditava, mas sempre era mais divertido. Porque, como costumo dizer, não há como dizer um disparate para se iniciar uma boa discussão.

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