Depois de tanto brincar, hoje decidi dedicar um espaço à cultura. Melhor, à poesia, já sob o efeito do dia dos namorados. Quem quiser pode copiar o soneto de hoje, escrevê-lo num postal e oferecer à namorada. É uma prenda romântica...
Soneto do Pau Decifrado
por Manuel Maria Barbosa du Bocage
É pau, e rei dos paus, não marmeleiro;
Bem que duas gamboas lhe lobrigo;
Dá leite, sem ser árvore de figo;
Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro.
Verga, e não quebra, como zambujeiro;
Oco, qual sabugueiro tem o umbigo;
Brando às vezes, qual vime, está consigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro.
À roda da raiz produz carqueja;
Todo o resto do tronco é calvo e nu;
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja!
Para carualho ser falta-lhe um U,
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar meta-o no cu.
Soneto do Pau Decifrado
por Manuel Maria Barbosa du Bocage
É pau, e rei dos paus, não marmeleiro;
Bem que duas gamboas lhe lobrigo;
Dá leite, sem ser árvore de figo;
Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro.
Verga, e não quebra, como zambujeiro;
Oco, qual sabugueiro tem o umbigo;
Brando às vezes, qual vime, está consigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro.
À roda da raiz produz carqueja;
Todo o resto do tronco é calvo e nu;
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja!
Para carualho ser falta-lhe um U,
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar meta-o no cu.
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