Inferno de A BOLA

Faz hoje precisamente 13 anos que iniciei este meu percurso em A BOLA. Cheguei ao jornal às 14.30 horas para a terceira entrevista com o então chefe de redacção, Joaquim Rita. Afinal, não era para mais uma entrevista. Ele cumprimentou-me, apontou-me uma secretária e só me disse: senta-te aqui. E eu sentei. Atrapalhado. E era tão imberbe e envergonhado que nem tive coragem de pedir para utilizar o telefone para avisar a minha namorada que o jantar romântico de 14 de Fevereiro teria de ser adiado. Eu a olhar para o relógio e os minutos a passar. E a pensar comigo: hoje posso ter ganho um emprego, mas acho que vou perder uma namorada. À noite, alguém me diz que posso ir à rua comer qualquer coisa. O pretexto para avisar a namorada que o jantar teria de ser adiado. Vale que ela acreditou.
Mas a memória mais forte desse dia foi a mensagem de boas vindas do então editor João Bonzinho: «Bem vindo ao inferno».
Hoje evoco essa frase e junto-a a outra que li algures e cujo autor desconheço: «Se as mulheres de má fama vão para o inferno, aquilo deve ser o... paraíso».
Hoje assinalo o dia dos namorados e o dia em que comecei uma relação da qual me orgulho muito.