segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Chorei por Suharto

Fiquei comovido com a morte do ex-presidente indonésio, Suharto. Comovido pelo sofrimento dos filhos, que agora vão ter de herdar a fortuna do 143.º homem mais rico do mundo. Até me vêm as lágrimas aos olhos só de pensar no festim que fazia com as migalhas que caíssem da mesa do ditador.
Achei bonito o discurso de uma das filhas (juro que tentei fixar o nome, mas era difícil de decorar). Ela revelou, num momento de grande dignidade, que a família pedia a Deus perdão pelos pecados do pai. Para ser ainda mais comovente, só faltou que pedisse também perdão aos 234,693,997 habitantes da Indonésia, e aos timorenses, mas, pensando bem, isso já seria pedir muito. Para isso, a família teria de restituir a fortuna amealhada durante anos e que até daria para cada um deles viver sem preocupações para o resto da vida. E os indonésios, e timorenses, podiam até levar a mal, por não estarem habituados. A partir de agora, aconselho todos a também só pedirem perdão a Deus. Ele está lá no seu cantinho, não chateia, não nos vai ao bolso. Insultou o seu vizinho? Peça desculpa a Deus, não ao vizinho, que o mais certo é ser mesmo uma besta; traiu a sua mulher? Peça desculpa a Deus, pelo menos enquanto não for apanhado; teve pensamentos eróticos com a Soraia Chaves? Peça desculpa a... (espere aí, pedir desculpa de quê?)

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