Eu bem queria que me tivesse saído o Euromilhões de ontem. A 24 horas de ir de férias, que jeito me tinha dado... O que faria eu com as férias?
Começava por Paris e dormia neste hotel
Depois, dava um salto à Bélgica para almoçar com amigos neste "restaurante" suspenso a 100 metros de altura
De papo cheio, finalmente o puro descanso. Apetecia-me ir para esta ilha, baptizada de Tristão da Cunha, com apenas 272 habitantes e no meio do Oceano Índico. Terra firme só a 3600 quilómetros. É considerado o local mais isolado do mundo. Se excluirmos os peixes...
Como há poucas coisas para fazer além de banhos e sol, aproveitava para jogar às cartas
Em férias também se fazem compras e eu adorei esta cadeira/sofá ou lá o que isto é...
Meus amigos, BOAS FÉRIAS para quem está de férias, bom trabalho para quem trabalha. Vou descansar três semanas que bem preciso...
Entrei no carro, liguei o rádio e comecei a ouvir uma senhora a falar com muito entusiasmo de uma arte tibetana chamada Reiki. A primeira coisa que eu ouvi falar foi de Chakras e depois escutei ela dizer que o «terceiro olho» influenciava o conhecimento e a intelectualidade.
Eu, que só vagamente tinha ouvido falar do Reiki, fiquei logo mal impressionado. Mesmo que isso seja comum em muitas pessoas que todos nós conhecemos, que raio de arte é esta em que o intelecto é comandado pelo terceiro olho?
Cheguei ao jornal e fui à Internet fazer uma pesquisa sobre esta arte. O que encontrei? «O Reiki é a antiga arte tibetana de canalizar energia vital pela imposição das mãos, uma técnica de reposição do equilíbrio energético e aquisição de auto-conhecimento».
Afinal, sou praticante de Reiki há muitos anos! Desde miúdo que eu uso as mãos como técnica de reposição de equilíbrio energético e aquisição de auto-conhecimento...
Um casal do Quénia foi apanhado pelo padre de uma igreja a fazer sexo em cima do altar... Chamou a polícia e o casal foi multado em 117 dólares. O casal defendeu-se e disse que só fizeram aquilo para fugir à rotina de quatro anos de casamento, mas a lei é clara: a «profanação de altar» dá direito a multa.
Eu não quero parecer herege, mas quer-me parecer que há profanações de altar bem mais graves, como certos padres (felizmente a minoria, acredito) dizerem um coisa do altar e fazerem outra completamente diferente... Depois, a quem é que o casal faltou ao respeito: a Deus? Pois se eles até são casados...
De qualquer forma, fica o aviso ao casal: para a próxima usem o confessionário...
2 - Salto radical...
Pois, a mulher da foto decidiu experimentar a adrenalina de um salto de para-quedas com assistente. O que o instrutor não estava à espera era da benesse dela querer saltar... nua. Ora, podem chamar-me depravado, mas a cara de felicidade dos dois, naquela posição, sugere-me que ela vai presa a algo mais do que ao pára-quedas...
Com tantas festas de norte a sul do País, eu próprio organizei uma festa para atribuir os prémios publicidade, que foi a primeira coisa que me veio à cabeça. E a única, já que a festa foi muito reservada e só contou comigo mesmo...
1- Prémio Publicidade e Futurismo
Quem diz que a publicidade pode estar muito à frente do tempo, arrisca-se a ter, cruelmente, razão.
2 - Prémio Ou É Maluco Ou Mesmo Muito Bom
Quem faz publicidade a estes vidros e mete lá dentro, no meio da rua, milhares de dólares, ou é louco ou então tem um produto mesmo bom. Eu compro.
3 - Prémio Só Mesmo ao Tiro
Eu sei que estamos em tempo de crise, mas gostava de conhecer a mente brilhante que decidiu criar a campanha: compra o veículo, leva uma arma de graça... Qual será a próxima promoção? Em Portugal, por exemplo, a campanha não tinha sucesso, já que o veículo automóvel já é usado por muitos como arma letal...
4 - Prémio "José Sócrates Põe-te a Pau"
Ora aí está uma promoção com graça. Uma loja fazia desconto às pessoas se elas mandassem o calçado a uma figura do George W. Bush (a foto até o favorece...). O desconto era proporcional à zona onde acertassem, sendo que podia chegar aos 75 por cento se fosse em cheio nos... big balls lá do agora ex-presidente. Cá, era só colocarem o Sócrates e era sucesso garantido.
5 - Prémio "Não é Fácil Encontrar Nome Mais Idiota"
Eu gostava de ter estado na reunião - ou brainstorming como é fino dizer-se - em que a empresa decidiu como baptizar estas pastilhas. Aquilo não deve ter sido uma brainstorming, mas uma clara cagatestorming ou embebedaitingstorming para ter ganho o Testículos de Camelo. Alguém os vai comprar?
6 - Prémio "Que tal um poste de electricidade pelo cu acima"
Este anúncio já tem uns bons anos e confesso que nem sei o que comentar. Preciso da vossa ajuda para voltar a recuperar a fé na raça humana...
Como já vos contei, no último fim de semana lá fui à santa terrinha, ali na encosta do Gerês, uma terra linda de morrer, com exuberantes paisagens verdes.
Como já não lá ia há algum tempo, fui abrandando a marcha a poucos quilómetros do fim, avivando memórias à medida que olhava para a paisagem. Que bom ter fugido de Lisboa, que bem me faz esta tranquilidade e esta verdura toda...
Lá ia eu numa estrada no meio do nada, verde de um lado, verde do outro, até que quase tenho um acidente... Sim, quase me despistei - para mais aquilo é só curvas e contra-curvas - quando dei de caras com um cartaz gigante, no meio de duas árvores e a tapar-me a vista... Uma enorme mancha laranja, a agredir o verde, e a Manuela Ferreira Leite a olhar para mim.
No cartaz, a Manuela garante que ouve os portugueses.
Senhora doutora Manuela Ferreira Leite. Se é verdade que ouve os portugueses, escute-me com atenção:
- MANDE TIRAR ESSE CARTAZ GIGANTE DESSE LOCAL ABSURDO. OS PORTUGUESES, EM ESPECIAL OS QUE AQUI VIVEM E ESTÃO DE FÉRIAS, AGRADECEM... ATÉ PORQUE, NÃO ME LEVE A MAL, A PAISAGEM É BEM MAIS BONITA DO QUE VOSSA EXCELÊNCIA. PERCEBIDO?
Acabei de receber uma proposta de adesão ao site be2, que me promete encontrar a mulher da minha vida. Tudo começa com o registo e a resposta a um questionário, passo a citar, «científico», que permite ao computador base, devidamente programado, definir a minha personalidade, o que acho interessante porque já mais que uma vez pensei que um computador percebe melhor a minha maneira de ser do que as outras pessoas. E tem a vantagem de, uma vez programado, ser absolutamente honesto comigo... Se bem que não tenho razões de queixa das pessoas. Pelo menos vocês estragam-me com mimos.
Depois, o computador analisa a base de dados e oferece-me uma lista com mulheres que sejam compatíveis na personalidade. Oferece-me é uma força de expressão, porque é quando se tenta entrar em contacto com uma mulher que aparece a primeira factura, o que se presta a diversas interpretações. Mas pronto, se já houve tempo em que os pais impunham casamentos, porque não um computador que até se preocupa com a coincidencia de gostos?
Pois, pois. Meus amigos: salvo raras excepções em que as coisas até dão inacreditavelmente certo, acreditem que quem procura este serviço não está, no fundo, no fundo, à espera de encontrar o par ideal. Para muitos, um par já seria bem bom.
Estive uns dias na santa terrinha, ali na encosta do Gerês. Uma das experiências que mais me marca em Agosto é o reencontro com os emigrantes. E já agora, alguém tem uma explicação porque é que os emigrantes em França, Suíça e Luxemburgo não param de falar francês e os da Alemanha falam... português?
Mas hoje vou defendê-los com unhas e dentes. Vocês sabem qual é a experiência mais dura de ser emigrante? Não, não é irem para um país estrangeiro e terem trabalhos duros... Não, não são as saudades de Portugal, da família ou da terrinha... É chegar a Portugal de férias e ter que levar com canções sobre... emigrantes! Ainda mais lamechas e deprimentes que as canções sobre as mães...
Senhores cantores pimba: os emigrantes estão de férias, querem divertir-se e muitos deles esquecer o quão dura pode ser a vida deles. Logo, escusam de lhes dedicar canções absolutamente deprimentes.
Vejam esta preciosidade da letra de uma canção, apenas um exemplo do mau gosto:
Passou-se no mês de Agosto, este drama tão cruel de um emigrante infeliz Foi tanta a pouca sorte, na estrada encontrou a morte quando vinha ao seu país
Eu já fui emigrante, durante pouco tempo é certo, em Angola. Por isso, da próxima vez pego na viola, vou para o palco e canto também:
Passou-se no mês de Agosto Numa festa de verão estava eu em tronco nu* O cantor era pedante a cantar ao emigrante meti-lhe um poste no cu
Confesso que fiquei de cara à banda com a minha descoberta. Olhei para aquela capela, num passeio por Lisboa, e descobri um achado: aquela capela era do ano de 950, ou seja, tinha mais de mil anos.
Entusiasmado, paredes meias com o eufórico, estado de espírito perfeitamente perceptível pela minha expressão de espantóaparvalhado, chamei os meus amigos que faziam o passeio comigo.
«Venham ver, uma capela com mais de mil anos»...
Há gente que, definitivamente, demora algum tempo a maravilhar-se, e logo alguém, com a matéria de história um pouco mais fresca na cabeça - alguns chamavam-lhe marrão - lançou para o ar um interessante debate: se Portugal era dominado pelos mouros em 950, já que só dois séculos depois o afonsinho bateu na mãe e foi pelo Porto abaixo de espada em riste - como é que a capela poderia ser de 950? Ok, os romanos já tinham andado por cá, mas não consta que fossem especiais admiradores da banda JC e os 12 Apóstolos. E muito menos caberia na ideia que os mouros mandassem contruir uma Al-igreja, em Al-Lisboa e por essa Al-tura.
- Que raio, Jorge. Onde é que foste buscar que a capela é de 950? Para mais, não tem aspecto de ser antiga.
Contive o ar de triunfo antecipado, sorri de soslaio e quase o chamei de S. Tomé, que precisava de ver para acreditar. Levantei o braço, reforcei o sorriso, e apontei para uma placa que dizia: CML. «Estás a ver, é de 950...»
O meu etusiasmo vitorioso durou o tempo da maioria soltar uma sonora gargalhada. Desconcertado, ouvi alguém gritar:
«CML é Cãmara Municipal de Lisboa, seu tolo...»
Moral disto tudo: sou melhor em numeração romana do que em história e na capacidade de percepção da realidade. Aqui, como na vida, a explicação mais simples é sempre a melhor.
Chega Agosto e Portugal transforma-se. É um outro País, nada a ver com os restantes 11 meses. E eu, confesso, acho piada ao mês de Agosto.
Em primeiro lugar, porque, Agosto é o melhor mês para quem trabalha em Lisboa. No Bairro Alto, onde trabalho, existe uma espécie de dança das cadeiras, mas neste caso de lugares de estacionamento, só que são 10 à procura de um lugar vago. Em Agosto, é um descanso.
Agosto é o mês das romarias e das festinhas. E há coisas que só sabem bem no local certo e na altura certa. Tal como o bacalhau que me sabe melhor ao longo do ano é o que como na consoada, também a música pimba só me diverte em Agosto e nas festas da terrinha. Durante o ano, nem que me pagassem eu iria ver um concerto do José Malhoa. Mas há poucos anos lá estava eu, todo maluco, a divertir-me à grande em Terras de Bouro (Gerês), e a cantar que nem louco o «aperta, aperta com ela». Até fazia os gestos e tudo... Loucura...
Em Agosto acho piada aos portugueses a falar francês nas aldeias deste Portugal. A parte mais engraçada é o «vien ici, seu caralho»...
Em Agosto acho piada a portugueses que se vestem como há 20 anos, com o mesmo tipo de bigode, a camisa aberta e o fio de ouro, a saírem de um potente Mercedes.
Em Agosto gosto de me rir com as pessoas que passam pela ponte 25 de Abril e param nas cabinas da portagem, só percebendo à décima buzinadela e depois de saírem do carro que se a cancela está levantada é porque em Agosto não se pagam portagens na ponte.
Em Agosto gosto de ver as fotos dos políticos em calções de banho, sem aqueles fatos e gravatas e o ar emproado do resto do ano. E percebo que fazem as figuras ridículas de todos os outros...
Em Agosto vendem-se jornais desportivos como nunca, o que é bom para o patrão me pagar ao fim do mês sem pensar se estou a mais, e o Benfica faz a pré-festa de campeão nacional da próxima temporada.
Em Agosto, as bolas com creme e areia sabem como em nenhuma parte do ano.
Em Agosto acho piada ao «Oláaaaaa fresquiiiiiiinho . É frutóoooooo choooooocolate... Olha a batatinha frita...»
1 - Importa-se de repetir? Este mexicano tem, de facto, um nome de todo interessante: Brhadaranyakopanishadvivekachudamani Erreh Muñoz... Consta que o nome próprio foi inspirado em duas palavras da filosofia índia, Erreh foi inventado pelo pai, Muñoz é para não parecer mal. O que me faz lembrar aquela piada de um famoso cantor, cujo apelido do pai era Paco e da mãe era Nassa. Mas Paco Nassa dava muita Bandeira... Voltando ao mexicano, o que eu dava para ver a cara das pessoas cada vez que lhe perguntam o nome para preencher um impresso... Consta que para os amigos ficou Brada, que dizer tudo era de Bradar aos céus...
2 - É o que dá adormecer na praia... Há gente que gosta de saber qual a sensação de se ser carne no churrasco. E eu nada tenho contra isso. Agora, convinha que alguém não se tivesse esquecido de colocar a mão no peito do homem. Giro. giro era ter ido à praia com uma amante e ter de explicar algumas coisas quando chegasse a casa...
3 - Cruzes credo Há alturas na vida em que tentamos ter graça, mas que nem sabemos como... Apresento-vos Cathie Jung, com 38 centímetros de cintura e... e... e... bolas, que dizer sobre isto?!!!!
4 - Livro aberto? Esta Julia Gnuse levou demasiado à letra a expressão «sou um livro aberto». De facto, a senhora transformou o corpo num livro ilustrado. Na hora do sexo, deve ser giro, já que depois do dito o homem sempre pode ficar a ler histórias...
5 - Há gente para tudo Eu nunca fui grande fã de tatuagens, mas às vezes gosto. Em especial se for discreta, imaginativa, estrategicamente colocada. Pode até realçar a beleza de alguém. Agora, perder tempo e dinheiro para uma tatuagem destas... Haja imaginação... Ou falta dela...
