Custa-me ouvir pessoas dizerem que são azaradas, que são vítimas do destino ou até marcadas por um qualquer poder oculto. No amor, então, é ainda mais comum, por norma após algumas experiências que correram mal.
Em primeiro lugar, mesmo que as pessoas não percebam isso ou o façam de forma inconsciente, esses lamentos não deixam de ser uma forma indirecta de se auto-elogiarem. Com tanta gente no mundo, que privilégios especiais gozam certas pessoas junto dos poderes ocultos ou deuses do além para serem escolhidas como alvo do azar, de pragas ou de destino?
Segundo, há claramente uma tendência para a desresponsabilização. A culpa é sempre dessas forças negativas...
Uma e outra situação são, na maioria das vezes, inconscientes e sem maldade alguma. Mas fazem-me lembrar as bufas: libertam-se de forma,às vezes, sem percebermos, mas lá porque não fazem ruído não quer dizer que não cheirem muito mal e, para mais, cheiro que apanha as pessoas desprevenidas...
Eu sou um ser frágil, que comete muitos erros, mas que, passe a presunção, nunca cometeu o mais perigoso de todos: a desresponsabilização. Porque eu sei que neste mundo nunca ninguém me fez tão mal, e continua a fazer e sempre fará, do que eu próprio. Por isso gosto tanto de vocês, que me lêem, que comentam e que me mimam com carinho. É que cada um de vocês sempre me tratou melhor do que eu próprio.
Eu aceito que as pessoas sejam frágeis. Que cometam erros e tenham debilidades para lidarem com certo tipo de situações. Não deixo de gostar delas por isso, não deixo de as apoiar. Mas tento ser intransigente em matéria de verdade. Porque eu sou o primeiro a dizer que sou fraco. Nisto, naquilo, no que quer que seja. Porque eu sei que sofro por ser frágil e até fraco nalgumas matérias, mas sofreria muito mais se soubesse que sou mentiroso para mim mesmo. Até porque nenhuma cura se pode iniciar sem que reconheça, primeiro, ter um problema.
Quanto ao destino, aos azares ou aos deuses, deve ser a única coisa em que não deixo que metam a colher na minha vida. Quanto aos restantes, estejam à vontade.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
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18 comentários:
Oi Jorge,
Não uses a palavra "palhacinho", ainda que com aspas, para referir a tua pessoa. O que acho é que és uma pessoa com ótimo sentido de humor, que traz boa disposição a quem por cá passa.
Quanto a tua reflexão, devo dizer que acredito no destino, mas não num destino que seja bode expiatório das nossas culpas. Penso que há um caminho que percorremos, com dia para chegar e partir, mas os atalhos, desvios e tudo mais que acontece durante a caminhada são da nossa inteira responsabilidade.
Na nossa caminhada existem pessoas que seguem ao nosso lado,outras ficam para trás, algumas passam a correr, outras ainda, seguem por outros caminhos.
Cabe a nós decidir se corremos para alcançar alguém ou alguma coisa, se vamos pelo atalho, se voltamos para trás buscando o que lá ficou ou se simplesmente seguimos em frente com ou sem emoção......
E ainda que alguém decida por nós, somos nós próprios que o permitimos, portanto.....
Beijinhos
Desculpa, o E era EAM.
sao os calimeros deste mundo...
sao inflizes por tudo e por nada...
sao do tipo~:
-ai que sede que eu tenho ...
depois de beberem passam a:
-ai que sede que eu tinha
e o mundo todo conspira contra eles...
Grande Jorge
Depois deste post,e por acaso, li o teu post "tretoso mor", não deixa de interligado com este ter a sua graça, um abraço
Viva Fátima
Quanto a primiera parte, restribuo, comovido, com um beijinhos.
Quando ao ponto central, se eu entendo que a minha caminhada é a soma dos meus passos e das minhas escolhas de percuso, logo não acredito em destino. Gosto de saber que sou livre, que sou o construtor da minha vida, mesmo que seja para tomar más opções.
Mas o que eu não gosto mesmo é de culpar o destino pelos meus azares, que muitas vezes não são mais do que más opções. Para me sentir vivo, para me sentir homem, para sentir que tenho uma hipótese que seja de ser feliz e bem sucedido, preciso também de saber quem é o culpado pelos meus "azares": eu mesmo.
Mas, de resto, subscrevo praticamente tudo o que escreveste. Até aquela parte do sentido de humor... rs... rs... rs..
Beijinhos
rs..rs..rs..
Fátima
Percebi à primeira. E mesmo que viesse anónimo, basta ver o texto para saber de quem vinha. E isso deixa-me feliz, porque é bom quando começamos a conhecer as pessoas de quem vamos aprendendo a gostar. Se bem que nem é difícil... rs..
Beijinhos uma vez mais
Viva Gaijo
Bem, esses são os piores. Eu até já estava só a tentar cingir-me aos que o fazem de boa-fé. Mas para os calimeros profissionais não tenho grande pachorra. Os que eu implico mais são aqueles que choram para que os contibuintes lhes ofereçam uma casinha e a gente até fica com "pena" a olhar para o Mercedes onde, se calhar, eles teriam de dormir...
Abraço
rs..rs..rs..
Viva Baco_3
Há quem defenda que não há coincidências. Será? rs... rs..
Grande abraço
Oi Jorge,
Acredita que sempre que digo ou escrevo alguma coisa é o que eu sinto não do fundo, mas, de todo coração.
Ultimamente tenho pensado aceitar a sugestão que me deste, à algum tempo atrás, de criar um blog, isto porque as vezes sinto vontade de partilhar coisas que me acontecem, como hoje que me sinto comovida por ter participado na cerimonia linda de bodas de ouro dos meus pais. Tenho o maior orgulho neles, na força e coragem da minha mãe e na sensibilidade do meu pai que chorou quase toda a cerimonia. Ainda por cima tinha lá minha avó, que mais parece irmã das filhas e que me dá prazer de ver junto dos bisnetos que teem por ela o maior carinho.
Diante de tudo isso só me apetece dizer: Obrigada Senhor pela família linda que me deste.
Desculpa se abusei, mas tinha vontade de partilhar com o mundo a minha alegria e como isso já era mais difícil resolvi partilhar com um amigo.
Beijinhos
Jorge,
Eu concordo com o que dizes, essas pessoas geralmente não lutam pelo que realmente querem, acomodam-se aquilo que têm, ou aquilo que não têm, e tudo de mal que lhes acontece não pode provir delas mesmas, da sua forma errada de estar ou de fazer, mas de algo que lhes seja inimputável. Assim, realmente tudo se torna muito mais fácil. Uma forma muito prática de se desresponsabilizar!
Em relação à tua pessoa, se achas que és, nalgumas situações, frágil, ou mesmo fraco, porque não pensar nas diferentes formas de te ires tornando forte? Porque não tentares perceber o que está errado e modificar isso aos pouquinhos? Bem, eu sou uma pirralhita que anda para aqui e tu, podias ser meu pai, mas ainda assim, quando sabemos que alguma coisa em nós não está bem, cabe-nos somente a nós tentar melhora-la e não nos acomodarmos também a isso dizendo: "Eu não consigo, eu não vou ser capaz!" ;)
Ainda assim, e apesar disso, tu tens inúmeras qualidades que fazem de ti uma pessoa especial! =)
**
Viva Fátima
Obrigado pelo teu testumunho. Do coração. E pela honra de me considerares amigo digno de partilhares um sentimento tão bonito.
Harmonia familiar é das coisas mais bonitas que conheço na vida. E, pelo que vcou percebendo, está longe de se esgotar nos teus pais e passou para a tua família. Assim o espero e desejo.
Li um dia que a melhor herança que um pai pode deixar a um filho é amar a mãe. Ou seja, a mulher dele. E porque os filhos aprendem mais com gestos do que com palavras e conselhos, abençoadas as testemunhas desse amor.
Outra parte que apreciei bastante foi esse impulso de criares um blog. Eu apoio a 200 por cento. Porque gosto muito do que vais escrevendo e das reflexões que fazes sobre os mais diversos assuntos. Força. Não é um desejo, é um pedido.
Beijinhos
Viva... "pirralhita" rs...rs..rs...rs...rs..
Olha, em primeiro lugar obrigado por me fazeres sentir... um "cota"... rs... rs... Só não levo a mal porque convém tratar bem a minha futura médica, qualquer que seja a especialidade que venhas a seguir... rs... Por falar nisso, já decidiste que especialidade vais seguir?
Uma das fraquezas que tenho é precisamente a de muitas vezes saber a solução, mas perder-me pelo caminho. Porque há opções que exigem muita capacidade de sacrifício... Mas, pelo menos, tento manter-me sempre consciente, quanto mais não seja porque tenho uma necessidade absoluta de saber quando estou errado.
Na parte das minhas qualidades, benditos olhos os teus (os do coração) e obrigado por tudo.
Beijinhos
Não ainda não sei que especialidade quero!
Sei uma ou outra que definitivamente não quero, mas o que quero realmente, não sei...
Talvez para o ano comece a conseguir definir melhor!
E a minha intenção não era fazer-te sentir cota, mas apenas demonstrar a minha falta de experiência e maturidade em relação a estes e outros assuntos! ;)
*
Equilibrista
Tens mais do que tempo para escolher a especialidade. E talento para abarcares qualquer delas. A única coisa que não me dava jeito, para poderes ser minha médica, era não escolheres genecologia...rs...rs..rs...rs...rs...rs..
E olha que a idade, tantas vezes, nada tem a ver com maturidade ou até experiência.
Beijinhos
Andas com essas conversas e depois o professor Karamba não tem clientes. Tá mal! Tá mal!
rs..rs..rs...
Viva provocação
Sabes o que te digo? Caramba... rs... rs... rs...
Beijinhos
Sabes amigo, dos fracos não reza a história.
E uma pessoa que encara e admite possuir fragilidades, não é fraco. É forte, muito forte, pois só dessa forma se pondera e delineia novas etapas de vida com percursos que definem caminhos a percorrer.
Na na, fraco é aquele que não consegue assumir que errou , porque esse nunca terá consciência dos seus percursos. meramente típico dos fracos. Eu sou forte, tal como tu, com fragilidades e erros em que me reconheço culpada.E quem for melhor que eu:
- que se *oda.
Beijocas e vê se me telefonas porque apesar de ausente, ainda me preocupo com os amigos de quem gosto.
Isabel.
Viva Isabel, amiga
A ver se te ligo este fim de semana, também gostava de falar contigo e sentir a tua energia positiva.
Certo que pior que a fragilidade é a inconsciência de as termos. E isso eu não quero. E acho que gostava de ter esse teu espírito de mandar tudo para aquela parte quando te chega a mostarda ao nariz... rs... rs...
Beijocas
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