Hoje deu-me para pensar que existe uma profissão que não está a ser devidamente valorizada. A dos ‘apanhadores de porrada’.
O leitor mais ingénuo dirá: Jorge, mas isso já existe, chama-se duplo. O mais sarcástico lembrará que não se chama nada duplo, chama-se... ‘contribuinte’.
Não, respondo, é aquela profissão das pessoas – que existem mesmo - que andam sempre atrás de uma boa manifestação e só aparecem quando começa a cena de pancadaria com a polícia. Depois, colocam-se estrategicamente e quando aparece sangue no rosto o que é que fazem? Não, não procuram um médico. Antes disso, procuram uma câmara de televisão para desabafarem desgraças. Serão uma minoria no meio de uma manifestação, mas existem.
A parte que eu mais gosto é aquela em que se queixam da violência policial. Ainda hoje, ao ver na televisão imagens de Atenas, chego à conclusão que têm toda a razão: onde é que pára o bom senso da polícia que reage à bastonada ao lançamento de pedregulhos e de cocktails de molotov? Aliás, alguns dos que vi na televisão devem andar a perder a verdadeira vocação: lançadores de peso. Sempre ganhavam outro tipo de ‘medalhas’...
Dirá agora o leitor: Jorge, estás um pouco reaccionário hoje, não?
Não, pelo contrário. Num ímpeto esquerdista e revolucionário, até defendo a criação de um sindicato dos apanhadores de porrada. E não seria mal pensado a criação de um Contrato Colectivo dos Apanhadores de Porrada, em que se estabeleceriam regras para minimizar os estragos. Os maus da polícia, que de vez em quando também vão para o hospital, também gostariam.
As regras seriam do género:
1 – Os manifestantes têm de comunicar à polícia o local onde vai haver porrada, tal como o tipo de armas de arremesso a usar.
2 – A polícia deve ser informada do local onde os pedregulhos vão cair e compromete-se a responder apenas até aparecer a primeira gota de sangue.
3 – Os polícias comprometem-se também a garantir o direito de liberdade de expressão, protegendo os manifestantes feridos que pretendem falar às televisões.
4 – A polícia compromete-se a usar bastões almofadados, jactos de água do Luso e gás lacrimogéneo que não faça arder os olhos.
5 – Cada batalha campal não pode durar mais de que uma hora, com intervalo de dez minutos.
O leitor mais ingénuo dirá: Jorge, mas isso já existe, chama-se duplo. O mais sarcástico lembrará que não se chama nada duplo, chama-se... ‘contribuinte’.
Não, respondo, é aquela profissão das pessoas – que existem mesmo - que andam sempre atrás de uma boa manifestação e só aparecem quando começa a cena de pancadaria com a polícia. Depois, colocam-se estrategicamente e quando aparece sangue no rosto o que é que fazem? Não, não procuram um médico. Antes disso, procuram uma câmara de televisão para desabafarem desgraças. Serão uma minoria no meio de uma manifestação, mas existem.
A parte que eu mais gosto é aquela em que se queixam da violência policial. Ainda hoje, ao ver na televisão imagens de Atenas, chego à conclusão que têm toda a razão: onde é que pára o bom senso da polícia que reage à bastonada ao lançamento de pedregulhos e de cocktails de molotov? Aliás, alguns dos que vi na televisão devem andar a perder a verdadeira vocação: lançadores de peso. Sempre ganhavam outro tipo de ‘medalhas’...
Dirá agora o leitor: Jorge, estás um pouco reaccionário hoje, não?
Não, pelo contrário. Num ímpeto esquerdista e revolucionário, até defendo a criação de um sindicato dos apanhadores de porrada. E não seria mal pensado a criação de um Contrato Colectivo dos Apanhadores de Porrada, em que se estabeleceriam regras para minimizar os estragos. Os maus da polícia, que de vez em quando também vão para o hospital, também gostariam.
As regras seriam do género:
1 – Os manifestantes têm de comunicar à polícia o local onde vai haver porrada, tal como o tipo de armas de arremesso a usar.
2 – A polícia deve ser informada do local onde os pedregulhos vão cair e compromete-se a responder apenas até aparecer a primeira gota de sangue.
3 – Os polícias comprometem-se também a garantir o direito de liberdade de expressão, protegendo os manifestantes feridos que pretendem falar às televisões.
4 – A polícia compromete-se a usar bastões almofadados, jactos de água do Luso e gás lacrimogéneo que não faça arder os olhos.
5 – Cada batalha campal não pode durar mais de que uma hora, com intervalo de dez minutos.