sábado, 26 de dezembro de 2009

Natal em três cenas

Natal1

Acho piada quando os pais fazem um esforço danado para educar os filhos e os avós teimam em contrariar tudo... Isto a propósito do Pai Natal, que desde cedo ensinei aos meus filhos que não existe. Quer dizer, o meu rapaz, de 20 meses, ainda fica a olhar para mim com aquela cara de «que estás para aí dizer, pai, dá-me mas é uma bolacha», mas de pequenino ele tem de saber que o pai natal não existe.

Os meus sogros é que pensam de maneira diferente e toca de se disfarçarem para aparecerem aos netos de vermelho e barbas e um saco de prendas. Eu até me podia chatear, mas não disse nada. Afinal, os meus sogros são gente boa e às vezes temos de fazer as vontades às... crianças. Ainda que tenham mais de 60 anos...

De qualquer forma, não me fiquei. E vinguei-me. Cada vez que a prenda era um brinquedo, eu dizia que tinham sido os avós, os tios, ou os pais a oferecer a prenda; cada vez que era roupa eu dizia que eram as prendas do Pai Natal...
Moral da história: os meus filhos até podem acreditar no pai natal, mas queimei todas as hipóteses de ficarem a gostar dele...

Natal II

Quer dizer, o JC faz anos a 25 de Dezembro e a malta junta-se para assinalar o aniversário na noite de 24; ele é que faz anos e os outros é que recebem as prendas; deitam-se todos tardíssimo e anda tudo com cara de ressaca no dia 25. Se me fizessem isso no meu aniversário era capaz de ficar aborrecido.


Natal III

O meu Natal foi bom, tirando o facto de ter ficado de castigo. É que a minha mulher não achou especial piada que eu e o miúdo tenhamos comido a mousse de chocolate com os dedos e directamente da tigela... Paciência, valeu pela diversão. E pelo bigode do puto. Então quando ele sorria, um espectáculo...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Pai Natal, o maior dos chulos!


Tenho uma especial embirração pelo Pai Natal, que querem... Sempre tive, por isso uma das coisas que hoje agradeço aos meus pais foi nunca me terem impingido essa história de um velho de barbas, gordo, que desce pelas chaminés para deixar as prendas nas casas dos meninos que se portaram bem.

Em primeiro lugar, porque acho que o Pai Natal é elitista, já que só trabalha nos países desenvolvidos e do hemisfério norte. As crianças de África também se portam bem, até mereciam mais e melhores prendas e não me parece que o Paí Natal, com aquelas roupas quentes todas, chegue lá. Morria de calor... E as renas nao se devem dar bem com aquelas temperaturas... E muitas palhoras e barracas nem chaminé têm.

Em segundo lugar, porque o Pai Natal é o maior chulo da história da humanidade. Quer dizer: anda uma pessoa a esfolar-se de trabalho o ano inteiro; a fazer sacrifícios para comprar prendas aos nossos filhos, sobrinhos ou afilhados e depois o Pai Natal é que leva com os louros?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Tectos a cair, terramotos e eu a cantar

Take 1 - Quarta-feira, 16 de Dezembro de 2009

Estou no Forum Algarve. Vou fazer umas compras e almoço tranquilamente. Saio do restaurante e dirijo-me à saída para ir buscar o automóvel. Nem estranho que estejam pessoas aflitas a andar depressa na minha direcção e a passarem por mim. Eu continuo em frente e sou barrado por dois seguranças que me mandam sair depressa. Ainda perguntei algo, mas eles disseram apenas para eu sair.
Saí, contrariado, porque tive de ir dar uma grande volta. Saio do parque de estacionamento e vejo chegar dois carros dos bombeiros e duas ambulâncias. Finalmente pensei: tu queres ver que se passa alguma coisa? Mais tarde vi na televisão que parte de um tecto do Forum caiu. Trinta metros à minha frente. Felizmente só houve um ferido.

Take II - Já madrugada de 17 de Dezembro de 2009

Fui com uns amigos ao Karaoke. Lá me convencvem a cantar. Escolho a 'Moda das Tranças Pretas'. Começo a cantar. Acho que estou a dar show a avaliar pela cara de pasmo de muitas pessoas. Batem palmas no fim.

Um dos companheiros de jornada afirmou: «Gabo a tua serenidade para continuares a cantar em pleno tremor de terra...» Ao que respondo: «Qual tremor de terra?». Hoje vejo as notícias a parece que a terra tremeu e se sentiu em grande parte do País...

Take III Dia 17 de Dezembro de 2009, já bem almoçado

Acho melhor fazer como o George Clooney, comprar uma máquina Nespresso e andar sempre com ela na mão. Com esta minha capacidade de avaliar o que acontece à minha volta, ainda me cai mesmo um piano em cima... Será que resulta?

domingo, 13 de dezembro de 2009

prendas originais (IV)

Face ao sucesso nacional e internacional* que esta secção teve o ano passado, volto às sugestões de prendas de natal. Para quem está com falta de ideias, aqui vão algumas, pode ser que ajude:

1 - Eis um isqueiro deveras original para ofrecer a alguém que tenha, digamos, personalidade forte...



2 - Uma T'shirt com muito sentido de humor para oferecer a alguém que pensa mesmo que o George Clooney morre de inveja da beleza dele...



3 - Ainda estou aqui a pensar em como classificar esta cadeira, de coleçcão, assinada por Allen Jones em 1969...




4 - Uma caixa de chocolates pode não ser muito original para oferecer no Natal. Mas se pensarmos que esta custa... 1,5 milhões de dólares!!! Pois, os diamantes fazem a diferença... E, em termos de marketing, é brilhante: tem mais impacto oferecer uma caixa de chocolates que custa 1,5 milhões de dólares do que diamantes com uma caixa de chocolates atrás...




* Espero que ninguém tenha acreditado que estas minhas sugestões tiveram no último ano grande sucesso internacional... Para ser franco, nem nacional...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

E o cigano sou eu?

Estou à porta do jornal e vejo um homem, cigano, com uma saco na mão a tentar vender casacos de senhora a quem passava na rua.

«Que espectáculo, minha senhora. Se você puser uma pilha até deita fumo...», disse, bem disposto. O mais curioso é que a senhora tentou saber mais pormenores e o homem entusiasmou-se de tal forma que pouco faltou para dizer que o casaco, além de ser útil para o frio, também lavava a loiça, aspirava, limpava o pó e cozinhava. Esticou-se de tal forma que a senhora foi à vida dela sem comprar o casaco.

Eu sorria e ele virou-se para mim:
«Amigo, o cigano dá cada música... Mas tem de ser... Já imaginou o que seria se eu fosse primeiro-ministro?»

Estive mesmo para lhe responder, mas achei-lhe tanta piada que seria cruel estar a estragar-lhe a ilusão...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

SOCORRO

Quem me conhece sabe que passo o dia a cantar. Em casa, na rua, no trabalho. Em casa lá têm de me aturar e desde que o repertório inclua as canções do Panda os meus filhos não protestam. Na rua chamam-me maluquinho, mas eu já não reajo porque é cansativo estar a... agradecer a toda a gente. E não devo cantar mal de todo, porque no trabalho apenas sete minutos depois de começar a cantar é que me mandam calar.

Bem, as coisas estão a mudar um bocadinho e só percebi que algo de errado se estava a passar porque acabei de levar com um cesto de papéis em cima da cabeça e recebi ameaças de ser jogado pela janela fora se continuasse a cantar...

Não sei o que se passa comigo, mas esta canção não me sai da cabeça e já ninguém me suporta ouvir:

«Vem ao Pingo Doce, de Janeiro a Janeiro;
Estou a bater mal, canto isto o dia inteiro;
Estou a ficar bem pior;
a perder o juizinho;
ajudem-me por favor;
ainda dou em doidinho...»


SOCORRO...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Para a próxima fico quieto

Parei numa montra de uma loja de mobiliário. No vidro, um papel: «Por favor, toque à campaínha».

Toquei. Apareceu uma senhora que me mandou entrar e perguntou no que poderia ajudar-me. Ficou com cara de poucos amigos quando lhe disse que não queria nada.

Ela é que pediu, por favor, para tocar à campaínha... É o que dá fazer favores a estranhos...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A arte no feminino



Hoje proponho-vos um exercício de análise comportamental (já viram a classe que dá 'exercício de análise comportamental' para o que, em bom rigor, se deveria designar um delírio apalhaçado?).

O que estão a pensar estes marujos?

a) Gosto mais do azul que do cor-de-rosa.
b) Esperamos que elas não escorreguem e não caiam.
c) Temos de avisar as senhoras para os perigos do cancro da pele
d) Que número calçam estas senhoras?
e) Não sabiamos que existiam sereias...
f) Outra qualquer que já não tenho imaginação para mais...


PS. Falando a sério. Quero lá saber se me chamam machista, mas esta imagem comove-me. Um eterno jogo, quantas vezes ingénuo, homem/mulher, em que estes assumem o papel secundário de se renderem à beleza feminina. Acho que um piropo não faz mal a ninguém. Reparem, se estes marujos passassem por um monumento e abrissem a boca de espanto até eram considerados cultos e apreciadores de arte. Ora, para quem considera o corpo feminino a mais bela forma de arte que existe, porque condenar que um homem abra a boca de espanto? Acreditem que várias vezes eu tenho de ir buscar os queixos ao chão... E ainda bem.